segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Semi-Crônica do Tempo




É espantoso como as coisas da vida parecem melhores quando vão embora. Não se sabe se por que quando vivemos o presente, estamos tão ocupados sonhando com o futuro e lembrando nostalgicamente do passado, que acabamos por esquecer-se de viver com intensidade o dia de hoje. Ou se na verdade por que o presente nunca nos permite realmente enxergar o seu quinhão afável.
Pensando bem, creio que não se trate inteiramente nem de um nem de outro, e sim de alguma engenhosa equação matemática baseada nos dois fatores, mas que sempre tem a mesma resultante: um espaço em branco na vivencia do presente, que só pode ser visto quando esse presente metamorfoseia-se em passado.
Como uma borboleta que um dia foi lagarta.
Como o pó que um dia foi borboleta.
E nisso o tempo passa e a vida nos derrota.
Como diria o poeta: “Que a terra nos seja leve”.


Eric Vitoriano